05/05/2016
As empresas, se encontram hoje num ambiente instável e de baixa previsibilidade e é neste ambiente que ganham importância algumas competências que até então, não tinham a devida atenção, como: disponibilidade de adaptação a mudanças, capacidade de improvisar em situações imprevistas sem descuidar da estratégia, perceber ameaças em cenários futuros, capacidade de inovação.
A estas competências pouco tangíveis, o autor Roberto Limas Ruas denomina de “competencias voláteis” e justamente por esta intangibilidade é que até então não mereceram atenção no ensino de administração gerencial e menos ainda buscou-se alternativas metodológicas para explorá-las.
Roberto Limas Ruas, nos trás a luz uma metodologia, para o desenvolvimento destas competências, com base em técnicas teatrais. Essa experiência metodológica relatada em, Leitura Dramatização e Ensino em Administração, tem por base a apropriação de textos clássicos de autores renomados e reconhecidos mundialmente como: Édipo-Rei de Sófocles, Otelo e Rei Lear de Wiliam Shakespeare, Fausto de Wolgang Von Goethe, entre outros. A escolha destes textos segundo Ruas, não se deve ao acaso e sim a atualidade de suas tramas e conflitos.
Os exercícios do jogo teatral aguçam a criatividade e exteriorizam os sentimentos. Exercitar o corpo e a mente através do teatro, desperta instintos por vezes adormecidos no ser humano e exteriorizando estes elementos, geramos benefícios na formação da personalidade como: aumento da autoconfiança, sociabilidade, espírito de coletividade, relaxamento, descontração, liberação das tensões e superação da timidez, etc...
A postura que se aprende com estas práticas acaba associando-se á rotina do dia-a-dia e torna-se uma parceria com fins estéticos e culturais que resulta em benefícios organizacionais e emocionais que podem ser observados no comportamento daqueles que as praticam.
A prática de técnicas teatrais, aciona uma fonte geradora de energia que faz com que o indivíduo se integre e entre em sintonia com seu corpo e aí ele passa a entender o que significa conquistar o próprio espaço físico, caminhando com mais segurança e desenvoltura para o equilíbrio emocional e o individuo nestas condições tende ao desenvolvimento de suas “competências voláteis”.
A apropriação de tais técnicas, não é uma novidade no ambiente organizacional, essas técnicas estão presentes no ambiente fabril ja a alguns anos, no entanto, ainda são vistas apenas como veículo de comunicação e não como uma possibilidade treinamento e desenvolvimento do colaborador. Na cidade de Caxias do Sul algumas empresas já se apropriaram do teatro em seu ambiente e vem desenvolvendo muitos trabalhos neste campo, no entanto cabe um alerta na questão da apropriação destas técnicas, no treinamento e desenvolvimento dos colaboradores. Este processo de treinamento demanda estudos sérios e de profissionais com amplo conhecimento do ambiente organizacional além do artístico.
Um programa de treinamento que se utilize desta metodolgia deve passar pelo crivo de um especialista, no sentido da adequação do que se aprende e sua aplicabilidade no ambiante organizacional. A exemplo, no que tange as “competencias volateis” podemos citar a criatividade, no artigo o autor Roberto Ruas a conceitua como uma forma inovadora ou diferenciada de pensar, realizar ou compartilhar sobre algo e finalmente em transformar essa forma inovadora em conhecimento. Essa competência, talvez seja, a principal do ambiente competitivo da atualidade e deve ser desenvolvida com um objetivo organizacional. Assim para Kneller (1978) apd Ruas (SN) O indivíduo criativo, possui a capacidade de relacionar cenários e negócios e outras associações pertinentes ao mundo empresarial e buscar soluções ou inovações reais e capazes de proporcionar mudanças significativas em seu meio.
Em resumo o treinamento com práticas teatrais, valoriza o desenvolvimento de capacidades associadas a percepção, criatividade uso dos sentidos, improvisação, visão sistêmica, etc. Essas capacidades possuem todas a sua importância na construção de competências para lidar com situações pouco conhecidas e mais complexas. Talvez este seja o desafio dos gestores neste momento econômico.
Israel Delfino Cabral da Silva